Quem nunca teve uma dor de cabeça, que na linguagem médica é conhecida como cefaleia, que atire o primeiro analgésico….. Já sabemos que dor de cabeça é um mal comum, que atinge muitas pessoas, de todas as idades. A maioria dos adultos vai ter algum tipo de cefaleia em algum momento de sua vida. Mas, por ser uma questão encarada pela sociedade como um problema simples e que afeta tantas pessoas, há uma tendência de não darmos muita atenção.

         Por isto a importância de esclarecimentos sobre tipos de dor de cabeça, e quando devemos nos preocupar e consultar um médico.

         Mesmo que sua dor de cabeça pareça banal, se ela ocorre com muita frequência, com certeza deve ser reportada a um médico. O neurocirurgião Sandro de Medeiros, que tem vasta experiência em tratamentos de cefaleias, afirma que “há alguns alertas que ao serem reconhecidos devem ser objeto de pesquisa através de exames de diagnóstico. Ele lembra que “as cefaleias mais frequentes são também as mais benignas, mas se ocorrem com frequência precisam ser investigadas”. Até mesmo pelo bem-estar, porque pessoas que sofrem com crises sistemáticas perdem qualidade de vida, e deixam de fazer atividades de lazer e descanso, porque estão em convalescência, aguardando a crise passar.

         A origem das cefaleias é multifatorial: estresse, pressão emocional, alergias alimentares, distúrbios na coluna cervical, distúrbios do sono, hereditariedade, são apenas alguns exemplos.

A Enxaqueca, que é o tipo mais frequente de cefaleia crônica, afeta quase 20% dos adultos no Brasil. Normalmente, o desaparecimento do sintoma ocorre naturalmente, ou mediante a ingestão de algum medicamento.

Algumas atitudes

ajudam a evitar crises de cefaleia

         As cefaleias podem ter causas primárias ou secundárias.  As cefaleias primárias, são dores de cabeça de origem desconhecida e que não estão associadas à alteração estrutural do cérebro. A Enxaqueca é o seu maior exemplo.

         As cefaleias de causas secundárias são aquelas relacionadas a algum problema no cérebro. Por exemplo, podem ser provocadas por hemorragias, tumores ou infecções.

         Para evitar o surgimento de crises de cefaleia, o Dr. Sandro de Medeiros aconselha:

  1. Beba mais água,
  2. Faça atividades relaxantes, para combater o estresse,
  3. Evite bebidas alcoólicas,
  4. Mantenha um padrão de horários para as refeições, sem pular nenhuma delas, para que eu organismo esteja sempre equilibrado,
  5. Durma número de horas necessária ao descanso – nem mais, nem menos
  6. Pratique exercícios físicos regularmente
  7. Seja mais paciente, resiliente e compassivo
  8. Evite a automedicação. Tenha sempre um médico de confiança para acompanhar a evolução das crises e decidir o tratamento mais adequado,

Alguns tipos de dor de cabeça

          A literatura médica afirma que há mais de 100 tipos de cefaleias. O dia a dia dos consultórios elenca algumas como as que mais ocorrem:

Cefaleia em Salvas – Dores de cabeça latejantes sentidas em geral atrás de um dos olhos. Durando segundos a minutos, associadas à lacrimejamento e congestão nasal (nariz escorrendo);

Enxaqueca – Dor latejante, geralmente de forte intensidade e em um único lado da cabeça, que ocorre de forma repetitiva. Pode vir acompanhada de náuseas, distúrbios visuais, tontura, sensibilidade ao barulho e à luz;

Tensional – originada por tensão psicológica e física, é descrita pelos pacientes como se estivessem com uma faixa em volta da cabeça. É causada, em geral, por hipertonia (aperto dos músculos do pescoço e do couro cabeludo). Má postura, especialmente em atividades repetitivas, e estresse são os fatores que mais contribuem para este tipo de cefaleia;

Cervicogênica – ocorre quando os discos da coluna vertebral estão em processo de degeneração. Como resultado, podem surgir além da cefaleia, dores no pescoço;

Excesso de medicação – Dores associadas ao uso indiscriminado de analgésicos e anti-inflamatórios;

Além destas, bem menos frequentes, podemos citar:

Meningite – Um dos sintomas mais clássicos da infecção das meninges (membranas que revestem o crânio, envolvendo a medula espinhal e o cérebro) é a dor de cabeça, que também está associada à rigidez na nuca;

Por trauma – Como resultado de acidentes como queda, ou acidentes de trânsito em que há o choque da cabeça com algum objeto;

Cefaleia ictal: a palavra ictus em latim significa golpe, e descreve bem este tipo de cefaleia: aguda, súbita, como um golpe. Geralmente o paciente refere-se a ela, como a pior dor de cabeça da vida. Pode estar relacionada à ruptura de um Aneurisma Cerebral e precisa ser investigada de forma urgente;

Tumor Cerebral: uma das manifestações possíveis dos tumores cerebrais é a dor de cabeça. É causada pelo aumento da pressão dentro do crânio, pela presença do tumor;

Hidrocefalia: é pelo acúmulo de Líquor dentro da cabeça. O líquor é o conhecido “líquido da espinha”. Quando há alguma obstrução à sua circulação e reabsorção, pode haver um acúmulo progressivo, o que aumenta a pressão dentro da cabeça, gerando a dor.

Dicas para combater

Cefaleia durante as crises

– Descanse bastante caso esteja resfriado ou gripado;
– Banho quente pode contribuir para amenizar a dor;
–   Faça compressa quente ou fria na cabeça ou no pescoço – não muito quente, nem muito fria;

–   Tome as medicações prescritas pelo seu médico de confiança.

Quando a dor de cabeça precisa ser alvo de preocupação?

         O Neurocirurgião Sandro de Medeiros afirma: “há alguns tipos de dor de cabeça aos quais devemos estar atentos, e buscar atendimento médico imediatamente, para evitar complicações”. Tais como:

– Aquela dor de cabeça que você define como a pior de sua vida. Pode ser um sintoma de AVC (Acidente Vascular Cerebral) hemorrágico, popularmente conhecido como derrame, ou a ruptura de um aneurisma, duas situações que exigem intervenção médica imediata;

– Quando houver mudança no padrão de dores de cabeça, seja quanto à frequência das crises, seja no tipo e na intensidade da dor;

– Dores de cabeça em idades que não são normais para este tipo de evento – antes dos cinco anos de idade, ou em maiores de 50 anos -sobretudo em pacientes que não tinham episódios de cefaleias fortes;

– Dores de cabeça sistemáticas acompanhadas de sintomas como febre, perda de peso repentina e vertigens;

– Quando for acordado pela intensidade de dor de cabeça;

– Quando tiver episódios de dor de cabeça acompanhada de dor ocular, vermelhidão nos olhos e dilatação da pupila;

– Quando a dor levar a desmaios pela sua intensidade;

– Quando a dor de cabeça for acompanhada de algum sintoma neurológico como paralisia, dificuldade para falar, perda da visão, confusão mental, sonolência, rigidez na nuca.