O cisto facetário é um tipo de cisto benigno que contém líquido sinovial em seu interior. Por isso, ele também pode ser chamado de cisto sinovial.
Sua ocorrência é relativamente frequente, principalmente na coluna lombar, especialmente na região de maior mobilidade.
A hipótese mais aceita para o seu aparecimento é uma combinação de desgaste degenerativo da faceta articular (artrose na coluna) com instabilidade local. É muito comum a presença de cisto facetário em pacientes com espondilolistese (escorregamento de uma vértebra sobre a outra – instabilidade).
A prevalência do cisto facetário na coluna é de 2 a 7% na população em geral. A maioria dos pacientes com cisto facetário lombar está na sexta década de vida. Entretanto, ele já pode estar presente em adolescentes e indivíduos mais jovens.
QUAIS OS SINTOMAS?
A maioria dos cistos facetários não causam sintomas e são frequentemente localizados acidentalmente em algum exame de imagem da coluna vertebral. O crescimento do cisto, ou até mesmo a proximidade com estruturas neurológicas pode levar a sintomas de dor e limitação. O quadro clínico irá depender muito do seu volume e localização.
Nos pacientes sintomáticos é comum a queixa de dor radicular irradiada para alguma parte do membro inferior, alterações de sensibilidade e até força muscular.
Os sintomas geralmente se associam com a posição do corpo do paciente, podendo piorar ao ficar quando fica em pé e anda.
DIAGNÓSTICO PARA CISTO FACETÁRIO
Normalmente a radiografia simples não o evidencia, a não ser que o mesmo esteja calcificado. O exame ideal para diagnóstico e acompanhamento é a ressonância magnética, pois além de demonstrar o tamanho e a localização, pode identificar a causa subjacente para o seu aparecimento (espondilose, hipertrofia facetaria, instabilidade etc.).
A tomografia computadorizada pode ser indicada em alguns casos suspeitos de calcificação ou até mesmo no planejamento terapêutico.
O TRATAMENTO
O tratamento irá depender da presença ou não de sintomas. Nos casos em que o cisto é um achado acidental no exame de imagem e não causa qualquer sintoma, nenhum tratamento é necessário, mas será necessária supervisão médica para acompanhar a sua evolução.
Se o indivíduo apresenta dor ou qualquer sintoma neurológico, é muito importante passar em avaliação médica para determinar as melhores opções terapêuticas.
O tratamento inicial é clínico e consiste em medicações específicas, perda de peso, fisioterapia e mudança de hábitos diários.
Se estas medidas não resultarem em uma condição satisfatória, parte-se para tratamentos minimamente invasivos como:
– Infiltração ou bloqueio da coluna vertebral;
– Ressecção do cisto via cirurgia endoscópica;
– Ressecção do cisto com auxílio de microscópio.
A artrodese lombar é reservada para a minoria dos casos (fixação por artes e parafusos).
O tratamento ideal deve ser individualizado e definido após a avaliação médica criteriosa do especialista. Agende sua Consulta.
Dr. Sandro de Medeiros – artigo publicado em jornal | setembro 2023