A coluna cervical, localizada na parte posterior de nosso pescoço, permite a saída de nervos que vão dar sensibilidade e força aos nossos braços. Também a nossa coluna cervical protege a medula nervosa, que envia informações do cérebro às pernas.
Hérnia de disco é uma patologia muito popular – todos nós conhecemos alguém que sofre deste mal. Mas o que é, afinal, a hérnia de disco? “Em primeiro lugar, ela pode surgir em toda a extensão da coluna. Mas existem áreas que são afetadas com mais frequência. É o caso das regiões lombar e cervical. E por que estas duas áreas são mais suscetíveis? “Porque são as regiões que recebem a maior carga provocada pela mobilidade humana”, explica o neurocirurgião Dr. Fernando Schmidt.

A hérnia é a projeção do material que fica dentro do disco intervertebral (estrutura que atua como “amortecedora” dos impactos de movimentos do nosso corpo) para fora do disco. O material conhecido como núcleo pulposo é projetado como consequência de uma ruptura na parte externa do disco. Sem o “amortecedor”, a coluna passa a sofrer a compressão a qualquer movimento, provocando dores que vão aumentando até se tornarem insuportáveis.
As causas desta ruptura normalmente são consequência de um trauma tipo acidente, ou por esforço excessivo. O envelhecimento natural do nosso corpo é outro fator que contribui para do desenvolvimento de hérnias de disco, a partir do desgaste natural. O disco tende a se desidratar, como um processo normal do envelhecimento humano. A desidratação do núcleo pulposo aumenta os riscos de ruptura e como consequência, as possibilidades de provocar a herniação.
Outros fatores importantes para a ocorrência de hérnia de disco na coluna são obesidade, postura incorreta por longos períodos, tabagismo e movimentos repetitivos de flexão ou torção da coluna vertebral.
Hérnia de disco na cervical provoca dores na coluna que podem promover sensação de irradiação da dor para outros membros, como braço e mão, além de formigamentos em outros membros. Também pode provocar alteração da sensibilidade nas mãos, redução da força nas mãos, ou mesmo o travamento dos braços.

Como diagnosticar
O primeiro exame para o diagnóstico é clinico, feito pelo neurocirurgião, a partir da observação das condições do paciente, e de respostas a questionário padrão. Na sequência, o paciente passa por radiografias e ressonância magnética. Estes são os exames que vão mostrar se o paciente tem a doença e em que estágio ele se encontra, para então o médico decidir qual a intervenção deve ser feita, em termos de tratamento, que pode ser medicamentoso, com o auxílio de interação com terapias de movimento, ou através de cirurgia.
O sintoma mais comum da hérnia de disco é a compressão de raízes com dor e formigamento nos braços. Nestes casos, é necessário confirmar o diagnóstico através do exame de ressonância magnética da coluna cervical. O Dr. Fernando Schmidt explica que “a radiografia mostra a constituição óssea da coluna, mas não tem condições de diagnosticar hérnias de disco”.
O tratamento
O médico neurocirurgião da coluna, Dr. Fernando Schmidt, afirma que “95% dos casos de hérnia de disco são resolvidos com o chamado tratamento conservador, que se resume a tratamentos medicamentosos e terapias para alívio da dor, sem a necessidade de cirurgias. Felizmente, na maioria das vezes, as dores na coluna cervical se devem a inflamações que respondem bem ao tratamento com antiinflamatórios e fisioterapia ou quiropraxia”.
Uma vez diagnosticada esta doença, o tratamento inicial será com medicação, colar cervical e fisioterapia. Caso a dor persista, seja incapacitante ou houver perda de força nos braços, será necessário realizar tratamento cirúrgico.”
O Dr. Fernando explica que “o tratamento cirúrgico envolve a retirada do disco herniado e com uso de técnica microcirúrgica, a descompressão das raízes envolvidas e/ou da medula. No local ocupado pelo disco retirado colocaremos um espaçador de titânio ou eventualmente uma prótese, que pode manter o movimento nesta parte da coluna”.
A recuperação cirúrgica se dá em 30 a 60 dias com fisioterapia e retorno às atividades normais.

Como a postura pode prejudicar a coluna
Entre os causadores de hérnias de disco estão atividades repetitivas, excesso de esforço físico ou simplesmente má postura. Atividades repetitivas, e o excesso do uso de telefone celular no dia a dia de pessoas de todas as idades têm contribuído de forma significativa para a ocorrência de problemas de coluna.
A vida moderna contribui de toda as formas para que tenhamos hábitos ruins quanto à postura do nosso corpo.
A postura ideal seria manter sempre a cabeça posicionada permanentemente de forma que as orelhas estivessem em alinhamento com os ombros. E a prática mostra que a tendência é de que diante do computador ou de um livro, a cabeça fica à frente dos ombros, gerando uma sobrecarga nos músculos, ligamentos, articulares e discos na região posterior da cervical.
Manter a cabeça inclinada com elevação do ombro para falar ao telefone é outra postura extremamente prejudicial à coluna, que pode inclusive gerar a formação de uma hérnia.
Atividades que exijam que a pessoa mantenha os braços levantados por muito tempo também prejudica a cervical que fica extremamente sobrecarregada.
Além de tratamentos medicamentosos e terapias que proporcionam alivio das dores, a pessoa que sofre de hérnia na cervical pode também adotar cuidados com sua postura.
O hábito de fazer alongamento muscular e dos nervos do ombros, pescoço e braços a cada 50 minutos é uma da forma de aliviar as dores da cervical.
A hora de dormir também é muito importante. O uso de colchões na densidade adequada e travesseiros na altura correta contribuem de forma substancial para evitar doenças da coluna. O colchão precisa ser de densidade adequada para o peso e altura de cada indivíduo, e o travesseiro não pode ser alto de forma a deixar o pescoço desalinhado em relação à coluna.

Seis dicas para prevenir dores na cervical
1 – Para dormir – Procure dormir de barriga para cima, usando travesseiro com altura que permita o apoio da curvatura natural da cabeça, ou de lado, colocando outro travesseiro entre as pernas para não forçar a coluna.
2 – Se você gosta de ler na cama, procure ficar na posição sentado, com as costas apoiadas na cabeceira da cama e o livro no colo, de preferência sobre uma almofada.
3 – No computador – sente de forma que sua cabeça não fique curvada nem para a frente, nem para trás. A tela do computador precisa estar na altura dos olhos. A cada 50 minutos procure fazer movimentos com a cabeça, para aliviar a tensão.
4 – Nunca fale ao telefone com ele preso entre o ombro e a cabeça. Se precisa das mãos livres, tente adotar o sistema de viva voz ou um fone de ouvido.
5 – Regule o encosto do banco do seu carro de maneira que a curvatura acolchoada fique encaixada exatamente na curvatura da sua cervical – este ajuste evita o chamado efeito “chicote” em caso de acidente de trânsito.
6 – Não carregue mochila com excesso de peso, para não tencionar a musculatura do pescoço. Ao andar de mochila, deixe a musculatura ereta e distribua o peso no meio das costas. Evite usar bolsas muito pesadas sempre no mesmo lado do corpo.


Este artigo, com as explicações do Dr. Fernando Schmidt, esclarece a complexidade da hérnia de disco, evidenciando a significativa eficácia do tratamento conservador em 95% dos casos. É fundamental, entretanto, a conscientização sobre a prevenção através de hábitos posturais adequados e cuidados diários, como a regulagem do encosto do carro e o uso correto do travesseiro, para mitigar os riscos e a progressão da patologia.
O artigo oferece uma explanação bastante didática sobre a hérnia de disco, desde sua etiologia até os métodos de diagnóstico e tratamento, sendo particularmente relevante a informação de que “95% dos casos” são resolvidos conservadoramente, o que sublinha a importância da prevenção e das orientações posturais detalhadas para a saúde da coluna vertebral.
O artigo detalha bem a hérnia de disco, enfatizando que fatores como má postura e o uso de celular contribuem significativamente para o problema. É crucial notar que 95% dos casos são solucionados com tratamento conservador, e as dicas de prevenção, como ajustes na postura ao dormir e usar o computador, são práticas e essenciais para a saúde da coluna. 💡
Gostei bastante da forma como o artigo conseguiu desmistificar a hérnia de disco, um problema tão comum mas nem sempre bem compreendido. A explicação sobre o que exatamente acontece quando o núcleo pulposo é projetado e por que as regiões lombar e cervical são as mais afetadas, como o Dr. Fernando Schmidt detalha, foi bem clara e me ajudou a entender melhor a mecânica por trás da dor. É importante ver também a menção às diversas causas, desde trauma e envelhecimento até hábitos do dia a dia como postura incorreta e tabagismo.
O que achei particularmente valioso foram as informações sobre o diagnóstico e, principalmente, as opções de tratamento. É muito encorajador saber que, como o artigo ressalta, 95% dos casos são resolvidos com tratamento conservador – medicação e terapias. As “Seis dicas para prevenir dores na cervical” são um excelente guia prático, e me fizeram refletir sobre meus próprios hábitos, especialmente o uso do celular e a postura no computador. É um lembrete útil de como pequenas mudanças podem ter um impacto significativo na saúde da nossa coluna.
O artigo elucida de forma concisa a etiopatogenia da hérnia de disco, desde a ruptura do anel fibroso e projeção do núcleo pulposo até a compressão radicular, que frequentemente manifesta parestesia e irradiação da dor. A ênfase no tratamento conservador para 95% dos casos, conforme mencionado pelo Dr. Fernando Schmidt, reitera a necessidade de um manejo clínico otimizado antes da consideração de descompressão microcirúrgica ou artroplastia discal, mas seria relevante aprofundar nos critérios de falha do tratamento conservador que precipitam a intervenção cirúrgica. 🤔